terça-feira, 22 de novembro de 2016

Sinédrio pede a Trump e Putin ajuda para construção do Terceiro Templo

"Isso vai compensar as vergonhosas resoluções da UNESCO, que só aumentarão o terror e a violência", afirma rabino

Sinédrio pede a Trump e Putin ajuda para construção do Terceiro TemploSinédrio pede a Trump e Putin ajuda para construção do 3º Templo
O Sinédrio, grupo que reúne alguns dos principais rabinos de Israel, está fazendo um apelo aos maiores líderes políticos do mundo para que ajudem na construção do Terceiro Templo. Eles enviaram uma mensagem ao novo presidente dos EUA Donald Trump e ao presidente russo Vladimir Putin.
Segundo o Beaking Israel News, o rabino Hillel Weiss, porta-voz do Sinédrio, está confiante que ambos possam ser como o rei Ciro, mencionado na Bíblia. Apesar de não ser judeu, ele reconheceu a importância de Israel e do Templo e deu todo o apoio para a restauração do local sagrado em seus dias.
Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu que reconheceria Jerusalém como a capital de Israel. Agora que foi eleito, espera-se que ele também cumpra a promessa de transferir para lá a embaixada dos EUA, atualmente em Tel Aviv.
Ao Jerusalem Post, o conselheiro de Trump para Israel e o Oriente Médio, David Friedman, garantiu nesta quarta-feira (10): “Foi uma promessa de campanha e ele tem toda a intenção de cumpri-la. Vamos ver uma relação muito diferente entre os EUA e Israel.” O novo mandatário americano também avisou que será “o melhor amigo que Israel já teve”.
Durante sua terceira viagem oficial a Jerusalém em 2012, Putin visitou o Kotel (Muro das Lamentações). Quando chegou ao local sagrado, o líder russo ficou em silêncio por alguns minutos, fazendo uma oração pessoal. Depois, leu alguns Salmos de um livro de oração russo-hebraico.
Na ocasião, ele conversou com judeus ortodoxos sobre a importância do Monte do Templo e o Templo dos judeus. Chadrei Charedim, um site de notícias da comunidade judaica ortodoxa, informou na época que a resposta de Putin foi: “Vim aqui orar para que o Templo seja construído novamente”.
Baseado nessas “promessas”, explica o rabino Weiss, o Sinédrio enviou uma comunicação oficial em forma de carta, onde pede que tanto Putin quanto Trump auxiliem o povo judeu em sua missão sagrada.
“Estamos preparados para reconstruir o Templo. A situação política de hoje, onde os dois líderes políticos mais importantes do mundo apoiam o direito dos judeus a Jerusalém como sua herança espiritual, é historicamente sem precedentes”, comemora o rabino.
Até agora nenhum dos dois presidentes respondeu ao pedido dos rabinos que constituem o Sinédrio.

Templo levará à paz mundial

O Sinédrio também acredita que as intenções de Putin sobre o local nunca foram discutidas abertamente por que ele sabia da posição do governo Obama, que não tinha boas relações com Israel e defendia a entrega de Jerusalém Oriental para os palestinos.
Além de seus pedidos relativos ao Templo, os rabinos enfatizaram que apoiar a reivindicação judaica a Jerusalém traria benefícios ao mundo inteiro. “Os líderes da Rússia e dos EUA podem levar as nações do mundo à paz global através da construção do Templo, a fonte da paz”, reitera o Weiss. “Isso vai compensar as vergonhosas resoluções da UNESCO, que só aumentarão o terror e a violência”.
No mês passado, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Cultura e Organização Científica (UNESCO) aprovou duas resoluções que negam qualquer ligação entre a cidade de Jerusalém e o povo judeu, entregando aos muçulmanos um monopólio religioso sobre o monte do Templo e o Muro das Lamentações, que constituem a área mais sagrada do mundo para os judeus praticantes.
fonte: https://noticias.gospelprime.com.br/rabinos-trump-putin-terceiro-templo/

Candelabro e azeite para o Terceiro Templo já estão prontos

Preparativos seguiram tradição bíblica à risca

Candelabro e azeite para o Terceiro Templo já estão prontosCandelabro e azeite para o Terceiro Templo já estão prontos
Um azeite especial, ritualmente puro, foi cuidadosamente preparado pelo Sinédrio para que o os sacerdotes possam acender a menorá – candelabro de 7 braços – caso o governo lhes dê permissão.
“O azeite está pronto, então se o governo permitir, estamos prontos para subir ao Monte do Templo e acender a menorá”, afirmou rabino Yaakov Savir, nomeado pelo Sinédrio para supervisionar o complexo processo de produção.
Ele explicou ao Breaking Israel News que a iluminação da menorah é considerada uma oferta ritual a Deus: “O azeite é queimado tal como um sacrifício de animais, sendo considerado uma das ofertas diárias do Templo”.
Para os rabinos ligados ao Instituto do Templo, não é necessário existir um Templo para que se possa acender o candelabro. Nas circunstâncias atuais, levar o candelabro para o Monte do Templo é impossível, uma vez que nem fazer orações no local os judeus podem.
Mesmo assim, o Sinédrio mantém-se esperançoso. O rabino Savir explica: “Podemos fazer esta parte do serviço do Templo sem que ele esteja, de fato, ali. Estamos preparando agora o azeite para que, caso a situação subitamente mude, possamos estar prontos para realizar este mitvah [mandamento].”
Curiosamente, para executar o mandamento de acender a menorá, não é necessário que ele seja de ouro. De acordo o Livro de Êxodo, o candelabro deve ser feito de “ouro batido”. O Instituto do Templo construiu uma réplica nas medidas originais, mas feito de madeira. Caso surja a possibilidade de realmente poderem levarem a peça até o alto do Monte do Templo, eles dizem que poderiam fazer um de metal em pouco tempo.

Será aceso em 29 de dezembro

Está próximo o festival religioso de Chanucá, chamada de “Festa das Luzes”, que marca a vitória dos judeus na revolta dos macabeus, em 165 a.C. Durante oito dias as famílias judias praticantes acendem os braços de uma menorá em suas casas.
O rabino Hillel Weiss, porta-voz do Sinédrio, enfatizou como será o procedimento. O óleo especial será usado para acender o menorá de madeira na sexta noite de Hanukkah, dia 29 de dezembro. A cerimônia ocorrerá em Jerusalém, e os Kohanim (homens da casta sacerdotal) vestirão suas vestes sacerdotais e reproduzirão o que seus antepassados faziam no Templo.
Voluntários esmagando azeitonas para o azeite.
Voluntários esmagando azeitonas para o azeite.
O processo bíblico de preparação do azeite é complicado. O rabino Savir fez diversas tentativas, por vários anos, tentando recriar o processo exato usado pelos sacerdotes quando o Templo estava em pé.
“A Torá especifica que as azeitonas são marteladas. Nenhum outro meio de extrair o azeite é permitido pela lei da Torá”, explicou. Depois de esmagar cada uma, separara-se as azeitonas por vários dias, sem aplicar qualquer pressão. Assim, o azeite escorre sozinho. O rendimento é muito baixo, mas a qualidade, medida pela acidez, é muito superior a qualquer outro método.
Savir explica que foram usados 45 quilos de azeitonas para produzir um pouco mais de dois litros e meio do azeite.
Para ele, “Está claro que o Templo será reconstruído. Isso pode acontecer mais cedo ou mais tarde, mas as pessoas estão se tornando mais conscientes da necessidade do Templo, estudando sobre isso, e o número de visitantes ao Monte do Templo está crescendo continuamente”. Enfatiza ainda: “É inevitável que a vontade do povo, seu desejo de construir o Templo, se torne uma realidade”.

fonte: https://noticias.gospelprime.com.br/candelabro-azeite-terceiro-templo-prontos/

Administração eclesiástica

A Igreja de Cristo encontra-se situada dentro de uma sociedade, logo ela é regida por meios administrativos e financeiros, aos quais chama-se de administração eclesiástica. Segundo Silva e Mattos (2015, p.17), a administração eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pároco ou pastor no que tange a sua função de liderar e administrar a Igreja a qual serve, levando em conta que a mesma é organismo e organização.
Considerando que a Igreja possui sua base em Jesus Cristo, a estrutura, organização, comunhão, unicidade, estruturam-se e perpetuam-se na regeneração em Cristo Jesus, assim a Igreja tem a missão de servir seguindo o exemplo de Jesus Cristo, cultuando a um Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo.

De acordo com Silva e Mattos (2015, p.21), há uma ligação entre a administração geral, ou secular, e a administração eclesiástica. Assim como na administração geral, é necessário na administração eclesiástica planejar, organizar, sendo esta a forma de coordenar todos os recursos da Igreja, dirigir ou liderar, motivando e incentivando a sua equipe e ter o controle ou coordenação, parabenizando e premiando aquele que se esforçarem por cumprir as suas obrigações. 

Conforme Pereira (2009, p.13), o sociólogo Pierre Bourdieu, não equivocou-se ao dizer que um padre e/ ou pastor, recebe o título de gerenciador do sagrado, porque de fato ele o é. Além de administrar tudo que é sagrado, cabe a estes também administrar os bens de sua Igreja, sendo esses o dinheiro, o patrimônio, os documentos, entre outros.
De acordo com Nogueira (2008, p.36), ser um bom pastor exige muita mais do que apenas pastorear o seu rebanho, vai além de pregações e aconselhamentos, é necessário saber como administrar uma igreja, que mesmo não tendo fins lucrativos, é vista como uma empresa. Administrar exige uma série de atributos pessoais do administrador e um suporte administrativo descomplicado e eficaz.

Ainda de acordo com Nogueira (2008, p.37), administrar uma igreja exige trabalhar com pessoas que são diferentes entre si, mas unidas em um mesmo objetivo dentro da instituição, e para atingir as suas metas deve executar quatro grandes atividades de controlar, planejar, liderar e organizar.

Conforme Nogueira (2008, p.38), a Igreja é o agente do bem comum, cabendo-lhe satisfazer as necessidades coletivas de seus fieis, assim sendo, para disseminar tais benefícios a seus fieis é indispensável que hajam despesas que implicam na utilização de recursos arrecadados pelos mesmos fieis. Assim, a Igreja é um fiel depositário, um administrador dos bens comuns.

Assim sendo, é necessário na administração eclesiástica de uma Igreja que haja um controle contábil, um controle financeiro, orçamentário e patrimonial. Estes devem repassar informações necessárias aos fieis, da forma mais transparente possível para que não hajam dúvidas quanto a aplicação do dinheiro do próprio fiel.
Nogueira (2008, p.41), vai dizer que a administração, a contabilidade e a economia são ciências que expõe quantitativa e qualitativamente os dados econômicos, auxiliam na análise e avaliam a situação econômico-financeira da instituição, no caso Igreja.

Toda a instituição, segundo Nogueira (2008, p.42), enfrenta períodos turbulentos, seja por problemas internos ou externos. Nestes momentos que se faz redobrada a importância de uma boa gestão eclesial e de um bom planejamento. Nestes momentos de crise podem-se encontrar até oportunidades de crescimento e amadurecimento. Administrar com sucesso esses períodos de crise pode ser um desafio para os líderes mas pode ser também uma oportunidade de ganhar fieis para a sua Igreja.

Conforme Nogueira (2008,p.43), os padres, pastores, bispos, os administradores das Igrejas devem sempre previamente planejar objetivos para o crescimento da obra de Deus, cabendo aos fieis a responsabilidade de contribuir financeiramente para o crescimento da obra de Deus. O dinheiro que entra na Igreja é utilizado para propósitos específicos, assim quando se levanta dinheiro para um objetivo específico, este não deve ser desviado da meta.

Assim, vê-se que a administração eclesiástica, ligada intrinsecamente a administração geral, é de suma importância no século atual, pois sem ela não se conseguiria administrar uma Igreja, e uma Igreja formada de pessoas, sem um controle e um planejamento e organização não andaria para frente, seria um retrocesso se a administração eclesiástica não fosse tão destacada como é nos dias atuais.

Teologia sistemática

Pergunta: "O que é a Teologia Sistemática?"

Resposta: 
A palavra “teologia” vem de duas palavras gregas que significam “Deus” e “palavra”. Combinadas, temos a palavra “teologia”, que significa “estudo de Deus”. A palavra “sistemática” se refere a algo que colocamos em um sistema. Teologia sistemática é, então, a divisão da Teologia em sistemas que explicam suas várias áreas. Por exemplo, muitos livros da Bíblia dão informações sobre os anjos. Nenhum livro sozinho dá todas as informações sobre os anjos. A Teologia Sistemática coleta todas as informações sobre os anjos de todos os livros da Bíblia e as organiza em um sistema: Angelologia. Isto é a Teologia Sistemática: a organização de ensinamentos da Bíblia em sistemas de categorias.

Teologia Própria é o estudo de Deus o Pai. Cristologia é o estudo de Deus o Filho, o Senhor Jesus Cristo. Pneumatologia é o estudo de Deus o Espírito Santo. Bibliologia é o estudo da Bíblia. Soteriologia é o estudo da salvação. Eclesiologia é o estudo da igreja. Escatologia é o estudo do fim dos tempos. Angelologia é o estudo dos anjos. Demonologia Cristã é o estudo dos demônios sob uma perspectiva cristã. Antropologia Cristã é o estudo da humanidade. Hamartiologia é o estudo do pecado.

Teologia Bíblica é estudar um certo livro (ou livros) da Bíblia e enfatizar os diferentes aspectos da Teologia que ele focaliza. Por exemplo, o Evangelho de João é muito Cristológico, pois focaliza muito na divindade de Cristo (João 1:1,14; 8:58; 10:30; 20:28). A Teologia Histórica é o estudo das doutrinas e como elas se desenvolveram através dos séculos da igreja cristã. A Teologia Dogmática é um estudo das doutrinas de certos grupos cristãos que possuem doutrinas sistematizadas, por exemplo a Teologia Calvinista e Dispensacional. A Teologia Contemporânea é o estudo das doutrinas que se desenvolveram ou têm estado em foco recentemente. A Teologia Sistamática é uma importante ferramenta em nos ajudar a compreender e ensinar a Bíblia de uma forma organizada.

Teologia Sistemática é um Estudo Ordenado da Bíblia

Nós começamos com a seguinte premissa básica: teologia sistemática é teologia que é sistemática. É menos narrativa, menos história, menos orgânica, todos os termos-chave da nossa era pós-moderna. É o estudo das coisas de Deus de uma maneira sistemática e ordenada, onde não apenas consideramos o que esse e aquele texto dizem, mas onde consideramos tudo o que a Palavra diz sorbe a revelação, depois tudo o que a Palavra nos diz sobre quem Deus é, depois tudo o que a Palavra nos diz sobre quem Jesus é, e depois tudo o que ele fez por nós. Depois, a teologia sistemática prossegue para considerar a doutrina do homem, do pecado, da santificação, dos sacramentos, da igreja e do fim dos tempos.  Teologia sistemática é uma maneira de olhar para a revelação de Deus que fortemente afirma a coerência e consistência de tudo o que Deus revela. É uma tentativa de colocar todos os textos em seu contexto último — todos os outros textos.

Entender Teologia nos Mantém Mais Seguros

Sua importância é dupla. Primeiro, ela nos mantém mais seguros. Por ser a Bíblia verdadeira em tudo o que ela ensina, por ela ser um livro, uma maneira pela qual podemos saber se estamos entendendo incorretamente parte dela é analisando se o nosso entendimento contradiz o entendimento de outra parte dela. A sistemática é como a polícia da verdade, nos parando na estrada quando as nossas conjecturas nos levam em direção ao perigo. É a cerca que impede que as ovelhas vaguem por aí.

Entender Teologia nos Ajuda a nos Alegrarmos na Glória de Deus

A segunda razão pela qual a sistemática é importante é frequentemente negligenciada mesmo por aqueles que amam teologia sistemática. Quando feita devidamente, a teologia sistemática tem a capacidade de abrir os nossos corações e mentes para que possamos ver mais plenamente e nos alegrarmos mais profundamente na glória de Deus. Quando estamos mais interessados na engenhosidade do nosso sistema do que na glória do Theos, estamos fazendo errado. Em outras palavras, a santidade de Deus é uma boa coisa a se estudar. Mas se o nosso estudo termina com uma orgulhosa postura intelectual, se saímos do estudo nos achando muito inteligentes, nós fizemos um péssimo estudo. Enquanto o resto do mundo evangélico parece estar sujeito e determinado a buscar zelo sem conhecimento, temo que nós tenhamos aprendido a ser céticos quanto ao zelo ao invés da ignorância. A resposta ao zelo sem conhecimento nunca é conhecimento sem zelo, mas zelo inspirado, orientado e informado pelo conhecimento.
Estudar a santidade deve levar ao arrependimento. Estudar a salvação deve levar à gratidão. Estudar o fim dos tempos deve levar à esperança.  Precisamos estudar para nos aperfeiçoarmos, isto é, para que produzamos o fruto do Espírito. A sistemática não é um esforço árido, mas em vez disso deve ser um fertilizante para o fruto do Espírito. Conhecer a Deus é vida. Estudá-lo, portanto, é saúde.
R.C. Sproul Jr. será preletor da Conferência Fiel para Pastores e Líderes 2014, “A Obra do Espírito Santo”.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

A Porta

As portas de entrada das casas, naquela época, eram diferentes variando muito de uma casa para outra, assim como acontece hoje. Em sua maior parte, as portas eram pequenas e estreitas. Em vez de dobradiças, elas eram presas a um encaixe de pedra, onde giravam com facilidade. É possível que na zona rural as portas fossem deixadas constantemente abertas. O homem da cidade, porém, já era um pouco mais cauteloso. Para os hebreus, a porta tinha uma importância espiritual muito grande. A soleira era de pedra, e considerada sagrada. Durante a Páscoa, passava-se sangue nela, para relembrar a ocasião em que tinham sido milagrosamente libertos do cativeiro no Egito, em decorrência das dez pragas. Afixado na ombreira das portas havia o mezuzá, que consistia de um tubo de metal ou de uma caixinha de madeira, dentro do qual era guardado um pergaminho contendo o texto de Deuteronômio 6.4-9, Shema, ou credo: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força. Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão e te serão por frontal entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas." Hoje em dia ainda há escribas que fazem esses pergaminhos seguindo instruções especiais para isso. O pergaminho era enrolado de forma a que, colocado no estojo, o termo hebraico que significa "Todo-Poderoso" ficasse à vista, através de um orifício que havia na caixa.

Muitas vezes, quando um israelita saía ou entrava em casa, beijava os próprios dedos, e em seguida tocava a mezuzá. Esse cartucho na porta tinha vários propósitos: era um testemunho de fé para os vizinhos, um sinal de que o morador cria na proteção de Deus, e um lembrete da história do povo de Israel.

Geralmente eles não trancavam as portas, mas poderiam fazê-lo, se assim o desejassem, e para isso utilizavam imensas chaves de madeira. E embora as chaves fossem bem grandes, alguns costumavam carregá-las penduradas no pescoço. Outra forma de trancar a porta era passar uma barra de madeira por dentro.

Iluminação


Lâmpada herodiana do séc. I ou II
Como não havia eletricidade, e as janelas fossem poucas, o interior das casas era meio escuro. Em muitas residências a única iluminação que havia era a do fogão.
Na Bíblia há menção de castiçais, mas isso não é uma tradução perfeita do termo original, já que naquela época não existiam velas. No menorá, o candelabro de ouro do tabernáculo, em cada haste havia um pequeno recipiente onde se colocava azeite, mas não tinha encaixe para velas.
As lâmpadas mais primitivas eram tigelinhas rasas, semelhante a um pires, em cuja borda havia uma depressão onde se alojava o pavio. Outras possuíam uma espécie de tampa, fechando a tigelinha. Nela, era colocada uma pequena quantidade de azeite onde se imergia o pavio, que era de algodão ou de linho. As mais simples eram feitas de barro mesmo, mas havia algumas de metais, como o bronze, sendo muitas delas adornadas com desenhos. Os gentios faziam lâmpadas com formato de animais. Os judeus, por abominarem a idolatria, não adotavam esse tipo de formato.
Interior de uma casa de camponês. Note a lamparina.
Se uma casa estivesse às escuras, podia-se ter certeza de que não havia ninguém dentro. Sempre que houvesse uma pessoa em casa, haveria uma lâmpada acesa, já que o azeite era barato e fácil de conseguir. Outra razão de manter as lâmpadas acesa, era porque era difícil acendê-las, o fogo era obtido, atritando duas pedras ou dois toquinhos de madeira que produziam centelhas. Somente as pessoas mais pobres eram econômicas no uso do azeite.
Pelo fato de as lâmpadas ficarem continuamente acesas, havia sempre no ar um aroma agradável, e qualquer um que entrasse logo o percebia.

NAS PARÁBOLAS DE JESUS


Lamparina decorada com ilustração
de um candelabro.
Quando Jesus narrou a parábola da dracma perdida, os ouvintes entenderam perfeitamente o fato de a mulher ter pegado uma candeia para procurá-la nos cantinhos mais escuros da casa (Lc 15.8). E na parábola das dez virgens, eles sentiram muito bem o drama das que não tinham levado azeite nas vasilhas (Mt 25.1). E assim, falando sobre lâmpadas e iluminação, Jesus expôs o evangelho em linguagem prática, em termos do dia-a-dia das pessoas.
LOCAL DA LÂMPADA
Podia-se colocar as lâmpadas em vários pontos de um aposento. Em alguns lugares costumava-se fixar à parede uma espécie de prateleira de pedra para se colocar nela a lâmpada, ou então utilizavam-se veladores portáteis, levando-a para onde fosse necessária. Esses suportes, de madeira ou cerâmica, eram colocados bem no alto, de forma a iluminar ao máximo o cômodo. As pessoas mais ricas tinham veladores de metal.
Quando Jesus afirmou que não devíamos ocultar nossa luz (Mt 5.15), os ouvintes perceberam logo o ridículo da situação. Nós acenderíamos uma lanterna e a guardaríamos dentro do bolso? Mas Jesus disse que, quando se acende uma candeia, deve-se colocá-la no velador, onde será de utilidade para todos. Para compreendermos bem essa ilustração, temos que por de lado por uns momentos os métodos modernos de iluminação, e ter em mente os antigos.
Aqueles povos tinham que cuidar muito bem das lâmpadas; e por isso zelavam por seus componentes básicos- o recipiente, o azeite e o pavio- e tinham sempre certa quantidade deles em estoque para ser utilizada a qualquer momento, pois era muito desagradável ficar sem eles de uma hora para outra.

Felizmente havia muito azeite de oliva, que eles utilizavam para vários fins. Empregava-se azeite para tudo, fabricação de sabões, cosméticos, entre outras coisas. O óleo era produzido a partir da azeitona, largamente cultivada na região. Haverá uma postagem especialmente sobre a prensa de azeitonas.

Vestuário



O guarda-roupa do indivíduo que vivia nos tempos bíblicos era básico. Uma tanga (talvez) era usada por baixo da túnica, e também se usava alguma forma de cobertura para a cabeça. Calçados e casaco eram opcionais. As pequenas variações nesse padrão durante os dias bíblicos ficavam no terreno das cores, material e estilo, em vez de nas provisões básicas, pois roupas desse tipo de adaptavam melhor a um clima relativamente quente. Paulo usava a túnica presa na cintura por um cinto, como uma metáfora para o estilo de vida do povo escolhido de Deus (Cl. 3:12), e todos compreendiam que ele falava do que era básico.

A roupa de baixo, quando usada, era uma tanga ou saiote. Pedro usava a tanga quando ficava "nu" ou "despido" no barco de pesca da família (Jo. 21:7). Jesus foi crucificado usando apenas a tanga, porque os soldados já haviam removido sua túnica (Jo. 19:23).

A TÚNICA - Era a peça essencial, sendo feita de dos pedaços de material, costurado de forma que a costura ficasse horizontal, à altura da cintura. Quando eram tecidas listas no material do tear, elas  caíam verticalmente no tecido acabado. A túnica era como um saco em muitos aspectos. Havia uma abertura em V para a cabeça, e cortes feitos nas duas laterais para os braços. A túnica era geralmente vendida sem a abertura em V, para provar que era realmente nova. O material podia ser lã, linho ou até algodão, segundo as posses do usuário. As túnicas feitas de pano de saco ou pêlo de cabra eram muito desconfortáveis por causarem irritação na pele. Só eram então usadas em épocas de luto ou arrependimento.

Da esquerda para direita: Trabalhador com a túnica enrolada no cinto, homem usando manto de lã grossa sobre a túnica, homem rico com manto franjado e colorido.

  
 
As túnicas masculinas eram quase sempre curtas e coloridas; as das mulheres chegavam aos tornozelos e eram azuis, com bordados no decote em "V", o que em alguns casos indicava a aldeia ou região do usuário. A túnica usada por Jesus deve ter sido da última moda, por não ter a costura central. Teares preparados par acomodar o comprimento total da túnica só foram inventados nos seus dias  (veja Jo. 19:23).

A túnica era presa à cintura por um cinto de couro ou tecido áspero. O cinto tinha às vezes uma abertura, para colocar um bolso onde guardar dinheiro ou outros pertences pessoais (Mc. 6:8). O cinto era também útil para enfiar armas ou ferramentas ( I Sm. 15:13). Quando os homens precisavam de liberdade para trabalhar ou correr, levantavam a abarra da túnica e a prendiam no cinto, tendo assim maior liberdade de movimento. Isso era chamado de "cingir os lombos", e a frase tornou-se uma metáfora para os preparativos. Pedro recomenda, por exemplo, discernimento claro, aconselhando os cristãos a cingirem seu entendimento (1 Pe. 1:13). As mulheres também levantavam a barra da túnica - no caso delas - para levarem coisas de um lugar para outro. Não eram usadas roupas de dormir no fim do dia; o cinto era afrouxado e a pessoa deitava-se com a sua túnica.

O MANTO -  Quando o indivíduo era suficientemente rico para comprá-lo, ou quando o frio exigia, um manto (ou capa) era usado por sobre a túnica. Os mantos eram feitos de duas formas. No campo, onde o calor era determinante, eles enrolavam material pesado de lã ao redor do corpo, costurando-o na altura dos ombros e abrindo fendas para a passagem dos braços. O manto era a única forma de proteção para muitos, portanto, mesmo que recebido como penhor de um empréstimo, ele tinha de ser devolvido ao dono antes do anoitecer para que pudesse agasalhar-se na friagem da noite (Êx. 22:26-27). Pela mesma ração um tribunal judeu jamais daria um manto como recompensa.

O outro tipo de manto era como um vestido frouxo com mangas largas. Quando feito de seda era um traje de gala, e o indivíduo rico jamais sairia de casa sem ele. Os fariseus usavam franjas azuis na orla de seus mantos, a fim de que outros vissem que eles guardavam a lei registrada em Números 15:38-39. Em vista de essa prática tender ao exibicionismo, ela foi condenada por Jesus (Mt. 23:5). A mulher que sofria de hemorragia quis provavelmente tocar essa extremidade do manto de Jesus (Mt. 9:20).

Telhados Planos

Ao se construir uma casa, o telhado, que era praticamente a sala de estar, recebia certos cuidados especiais. Ele era armado com pesadas vigas de madeira, sobre as quais se colocavam varetas, sendo tudo recoberto com uma massa de barro, à qual se misturava palha picada. A fumaça dos fogões era escoada pelas janelas. As famílias mais abastadas, ao construir a casa, assentavam ladrilhos no telhado para aumentar-lhe a resistência.

Um telhado de barro exigia muitos cuidados. Vez por outra os moradores tinham que rechear com barro os desgastes causados pelas chuvas. Alguns plantavam grama nele, para tentar protegê-lo da erosão. Regularmente era necessário fazer uma espécie de lixamento, para mantê-lo plano e impermeável. Mas a despeito de todos os cuidados, não conseguiam evitar as goteiras, que se tornaram motivo de símiles cômicas (Pv 19.13).

Nas tardes quentes era muito comum as mulheres trabalharem no telhado - preparando pão, tecendo fazendas, fazendo a secagem do linho ou de frutas como o figo e tâmara, ou então "catando" cereais. Era ali também que se estendiam as roupas lavadas para secar.


Casa simples de camponês dos tempos bíblicos. Note as vigas salientes no telhado, as frutas secando no teto e a pequena abertura servindo de janela*.


Sendo o telhado plano, prático e de fácil acesso, era utilizado de diversas maneiras. Certa vez Pedro foi orar no telhado (At 10.9); e muitos outros já fizeram o mesmo. Era dali que se faziam as comunicações especiais, enunciadas em alta voz, e ouvidas em todo o bairro (Mt 10.27; Lc 12.3). Era tão comum haver atividades nos telhados que a lei mosaica dispunha que se construíssem nele parapeitos (Dt 22.8), que geralmente eram gradeamentos de madeira.

Naquele tempo, era muito raro haver construções de dois pavimentos, embora fosse bastante comum fazerem-se pequenos cômodos no telhado, desde varandinhas até quartos para hóspedes. Esse cômodo, chamado de alliyah, às vezes seria como casa de veraneio ou aposento de oração, como vemos em Mateus 6.6, ali Jesus diz a seus seguidores que, ao orar, eles deveriam entrar no "quarto", em vez de exibir sua religiosidade em público.

Foi num desses aposentos que ele se reuniu com seus discípulos para celebrar a páscoa (Lc 22.12); nesse caso, era um cenáculo mobiliado, espaçoso, que provavelmente pertencia a um de seus discípulos mais abastados. E após a ascensão de Cristo, cento e vinte deles se reuniram em um aposento semelhante (At 1.13). Ao que parece, diversos dos seguidores de Jesus eram pessoas de posses.

Esses quartinhos tinham ainda outras utilizações. Por ocasião da festa dos tabernáculos, por exemplo, fazia-se ali uma cabana rústica, como parte das comemorações dela. Essa cabana era semelhante às que os plantadores erguiam nos campos, na época da colheita (êx 23.14-17; Lv 23; Dt 16).

Fonte: Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos
*Imagem: Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos