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Lâmpada herodiana do séc. I ou II |
Como não havia eletricidade, e as janelas fossem poucas, o interior das casas era meio escuro. Em muitas residências a única iluminação que havia era a do fogão.
Na Bíblia há menção de castiçais, mas isso não é uma tradução perfeita do termo original, já que naquela época não existiam velas. No menorá, o candelabro de ouro do tabernáculo, em cada haste havia um pequeno recipiente onde se colocava azeite, mas não tinha encaixe para velas.
As lâmpadas mais primitivas eram tigelinhas rasas, semelhante a um pires, em cuja borda havia uma depressão onde se alojava o pavio. Outras possuíam uma espécie de tampa, fechando a tigelinha. Nela, era colocada uma pequena quantidade de azeite onde se imergia o pavio, que era de algodão ou de linho. As mais simples eram feitas de barro mesmo, mas havia algumas de metais, como o bronze, sendo muitas delas adornadas com desenhos. Os gentios faziam lâmpadas com formato de animais. Os judeus, por abominarem a idolatria, não adotavam esse tipo de formato.
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Interior de uma casa de camponês. Note a lamparina. |
Se uma casa estivesse às escuras, podia-se ter certeza de que não havia ninguém dentro. Sempre que houvesse uma pessoa em casa, haveria uma lâmpada acesa, já que o azeite era barato e fácil de conseguir. Outra razão de manter as lâmpadas acesa, era porque era difícil acendê-las, o fogo era obtido, atritando duas pedras ou dois toquinhos de madeira que produziam centelhas. Somente as pessoas mais pobres eram econômicas no uso do azeite.
Pelo fato de as lâmpadas ficarem continuamente acesas, havia sempre no ar um aroma agradável, e qualquer um que entrasse logo o percebia.
NAS PARÁBOLAS DE JESUS
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Lamparina decorada com ilustração de um candelabro. |
Quando Jesus narrou a parábola da dracma perdida, os ouvintes entenderam perfeitamente o fato de a mulher ter pegado uma candeia para procurá-la nos cantinhos mais escuros da casa (Lc 15.8). E na parábola das dez virgens, eles sentiram muito bem o drama das que não tinham levado azeite nas vasilhas (Mt 25.1). E assim, falando sobre lâmpadas e iluminação, Jesus expôs o evangelho em linguagem prática, em termos do dia-a-dia das pessoas.
LOCAL DA LÂMPADA
Podia-se colocar as lâmpadas em vários pontos de um aposento. Em alguns lugares costumava-se fixar à parede uma espécie de prateleira de pedra para se colocar nela a lâmpada, ou então utilizavam-se veladores portáteis, levando-a para onde fosse necessária. Esses suportes, de madeira ou cerâmica, eram colocados bem no alto, de forma a iluminar ao máximo o cômodo. As pessoas mais ricas tinham veladores de metal.
Quando Jesus afirmou que não devíamos ocultar nossa luz (Mt 5.15), os ouvintes perceberam logo o ridículo da situação. Nós acenderíamos uma lanterna e a guardaríamos dentro do bolso? Mas Jesus disse que, quando se acende uma candeia, deve-se colocá-la no velador, onde será de utilidade para todos. Para compreendermos bem essa ilustração, temos que por de lado por uns momentos os métodos modernos de iluminação, e ter em mente os antigos.
Aqueles povos tinham que cuidar muito bem das lâmpadas; e por isso zelavam por seus componentes básicos- o recipiente, o azeite e o pavio- e tinham sempre certa quantidade deles em estoque para ser utilizada a qualquer momento, pois era muito desagradável ficar sem eles de uma hora para outra.
Felizmente havia muito azeite de oliva, que eles utilizavam para vários fins. Empregava-se azeite para tudo, fabricação de sabões, cosméticos, entre outras coisas. O óleo era produzido a partir da azeitona, largamente cultivada na região. Haverá uma postagem especialmente sobre a prensa de azeitonas.
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