Ao se construir uma casa, o telhado, que era praticamente a sala de estar, recebia certos cuidados especiais. Ele era armado com pesadas vigas de madeira, sobre as quais se colocavam varetas, sendo tudo recoberto com uma massa de barro, à qual se misturava palha picada. A fumaça dos fogões era escoada pelas janelas. As famílias mais abastadas, ao construir a casa, assentavam ladrilhos no telhado para aumentar-lhe a resistência.
Um telhado de barro exigia muitos cuidados. Vez por outra os moradores tinham que rechear com barro os desgastes causados pelas chuvas. Alguns plantavam grama nele, para tentar protegê-lo da erosão. Regularmente era necessário fazer uma espécie de lixamento, para mantê-lo plano e impermeável. Mas a despeito de todos os cuidados, não conseguiam evitar as goteiras, que se tornaram motivo de símiles cômicas (Pv 19.13).
Nas tardes quentes era muito comum as mulheres trabalharem no telhado - preparando pão, tecendo fazendas, fazendo a secagem do linho ou de frutas como o figo e tâmara, ou então "catando" cereais. Era ali também que se estendiam as roupas lavadas para secar.
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Casa simples de camponês dos tempos bíblicos. Note as vigas salientes no telhado, as frutas secando no teto e a pequena abertura servindo de janela*. |
Sendo o telhado plano, prático e de fácil acesso, era utilizado de diversas maneiras. Certa vez Pedro foi orar no telhado (At 10.9); e muitos outros já fizeram o mesmo. Era dali que se faziam as comunicações especiais, enunciadas em alta voz, e ouvidas em todo o bairro (Mt 10.27; Lc 12.3). Era tão comum haver atividades nos telhados que a lei mosaica dispunha que se construíssem nele parapeitos (Dt 22.8), que geralmente eram gradeamentos de madeira.
Naquele tempo, era muito raro haver construções de dois pavimentos, embora fosse bastante comum fazerem-se pequenos cômodos no telhado, desde varandinhas até quartos para hóspedes. Esse cômodo, chamado de alliyah, às vezes seria como casa de veraneio ou aposento de oração, como vemos em Mateus 6.6, ali Jesus diz a seus seguidores que, ao orar, eles deveriam entrar no "quarto", em vez de exibir sua religiosidade em público.
Foi num desses aposentos que ele se reuniu com seus discípulos para celebrar a páscoa (Lc 22.12); nesse caso, era um cenáculo mobiliado, espaçoso, que provavelmente pertencia a um de seus discípulos mais abastados. E após a ascensão de Cristo, cento e vinte deles se reuniram em um aposento semelhante (At 1.13). Ao que parece, diversos dos seguidores de Jesus eram pessoas de posses.
Esses quartinhos tinham ainda outras utilizações. Por ocasião da festa dos tabernáculos, por exemplo, fazia-se ali uma cabana rústica, como parte das comemorações dela. Essa cabana era semelhante às que os plantadores erguiam nos campos, na época da colheita (êx 23.14-17; Lv 23; Dt 16).
Naquele tempo, era muito raro haver construções de dois pavimentos, embora fosse bastante comum fazerem-se pequenos cômodos no telhado, desde varandinhas até quartos para hóspedes. Esse cômodo, chamado de alliyah, às vezes seria como casa de veraneio ou aposento de oração, como vemos em Mateus 6.6, ali Jesus diz a seus seguidores que, ao orar, eles deveriam entrar no "quarto", em vez de exibir sua religiosidade em público.
Foi num desses aposentos que ele se reuniu com seus discípulos para celebrar a páscoa (Lc 22.12); nesse caso, era um cenáculo mobiliado, espaçoso, que provavelmente pertencia a um de seus discípulos mais abastados. E após a ascensão de Cristo, cento e vinte deles se reuniram em um aposento semelhante (At 1.13). Ao que parece, diversos dos seguidores de Jesus eram pessoas de posses.
Esses quartinhos tinham ainda outras utilizações. Por ocasião da festa dos tabernáculos, por exemplo, fazia-se ali uma cabana rústica, como parte das comemorações dela. Essa cabana era semelhante às que os plantadores erguiam nos campos, na época da colheita (êx 23.14-17; Lv 23; Dt 16).
Fonte: Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos
*Imagem: Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos
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